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Kaýto

Calunga Grande é o mar. Lugar da última viagem da alma conduzida pelas ventanias. O mesmo mar que nos traz a vida, nos leva para a morte. Simboliza linha, espaço, costura no tecido do tempo. Representada pela cor branca que simboliza a morte; energia de cura, renascimento e continuidade. Portanto, atravessa-la, significa morrer.

Não há vida sem morte. No fim da realidade humana e a sua plenitude, o ser deixa de existir como vivente, tornando-se um espírito. Há uma destruição do corpo, mas a essência fundamental permanece.

O ser morto transforma-se em outro ser, existindo de um modo diferente. Fruto de uma mudança de estado. Algo se depreende, rebenta, desaparece ou se liberta, conduzindo a um novo estado do ser de existir. A morte é apenas uma passagem e a travessia necessária.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
MOURA, M. E. Carlos. A travessia da Calunga Grande. Três séculos de imagens sobre o Negro no Brasil. (1637-1899), São Paulo, Edusp, 2000,694 pp. Junior. A. Lourival. “Adorei as almas”: Umbanda, Preto-velho e escravidão. XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, RN, 22 a 26 de julho de 2013. MALANDRINO, Brígida Carla. "Há sempre confiança de se estar ligado a alguém": dimensões utópicas das expressões da religiosidade bantú no Brasil. 2010. 433 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciências da Religião, Pontifica Universidade Católica, São Paulo, 2010.

 

A Travessia da Calunga Grande.
Registro fotográfico, 2020 
Auto-retrato 
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